segunda-feira, 11 de junho de 2018

A Perda


No meu peito jaz um peso 
E a minha garganta que se fechou?

Os meus olhos se racharam 
E agora que a barreira vazou?

Meu estômago está cheio de besouros voando pra lá e pra cá
Como vou fazer para me livrar?

Mantenho as pálpebras fechadas com tamanho âmago 
Mas que embaraço!

Essa amargura que sinto na boca 
O refluxo que volta, mas não sai
A tontura que me atinge em cheio na nuca
Quanta loucura!

A saudade me faz ouvir e ver coisas
Será que estou ficando doida?

Não quero ficar mais no meu lar
Pois as lembranças sempre querem me torturar

Esse choro alto que ecoa
Parece alma penada a falar
E o grito agudo e massacrante que do meu ser mais profundo emerge? 

Ele me entorpece 
Ensurdece-me
Adoece-me

Mas não vou morrer hoje
Nem amanhã 
Pois uma hora, um dia, uma semana, um mês, ano, vai passar
Mesmo que essas cicatrizes não vá sarar 

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