terça-feira, 3 de janeiro de 2023

Contradição

 Há uma tempestade 

Nos céus

E o mar rebela-se 

Espumas de sal 

Respingam no ar 

Redemoinhos d'água

girando, girando, girando


Há uma luta

As estrelas caem 

E a água 

Espelha um demônio 

Uma cobra

semelhante a dragão 

Escamas verdes 

Esvoaçantes 

Barbatanas de peixe

Morta por um homem


Ele a feriu a faca na barriga 

Estrangulou seus sonhos

Deixando seu corpo

Estendido feito tapete 

Enfeite pomposo

Para que os outros

pisassem

Limpassem

 seus sapatos


Os seres vivos 

Híbridos aquáticos

Da mesma espécie 

Do bicho selvagem 

Tornaram a lamentar

Não houve quietação 

A quem navegasse

Pois jogaram suas promessas

Feito redes de pesca  

 vingariam a morte dela

A cada 10 cabeças cortadas 

Mais 20 se levantariam 


O herói másculo 

Erguido e orgulhoso

Não fez tudo só

Teve ajuda

Seu apoio chegou comemorando

Bebendo cerveja 

E gritando:

Quem a mandou 

Desafiar o macho

 dos oceanos? 

O ser benevolente 

Deus onipresente 

Manipulador inconsequente


Agora 

Questione-se 

Quem foi o verdadeiro 

Demônio da história? 


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