sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

Devido lugar


Antes eu soubesse
Qual é o meu 
devido lugar
Se sou apenas uma
mera ponte
para que todos possam
Por assim dizer
passar
Por que continua assim
Tão solitária à madrugada
a não ser por alguns bêbados
por ali a transitar?

É verdade que não
consigo manter conversas
longas e interessantes
Por falta de vontade de falar
Invento num instante
bobagens impulsivas
 que de cativante só tenho
à longas distâncias
Os meus convites são
Rasgados e triturados
No liquidificador

Essa virada
Penso em passar
Dormindo
Nem sei pra onde
Realmente to seguindo
Só sei que não quero
estar lá
Antes eu soubesse
Qual é o meu
devido lugar

Se sou apenas uma chama
Trêmula
A pairar no ar
bastaria apenas um sopro
Pra me dizimar
A fragilidade humana
É tamanha
E não estou aqui pra negar
É que tem horas
tristes
Em que pensamentos furtivos
Chegam a nos ameaçar
E sempre o mesmo
Questionamento:
Será que, de verdade,
Escolhemos o destino
Que a vida nos dá?

Desejos de ser incluída
Em algo
Em algum lugar
Parte de quebra-cabeça
Que em um momento
Infímo
Até encaixa
Mas nem sempre chega 
A combinar




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