Lembra quando fugíamos
da realidade?
Escondidas embaixo de lençóis
torcíamos para não sermos pegas
pelo Bicho Papão
daquele livro grandão
o qual seu irmão lia toda noite
antes de dormirmos
Lembra quando corríamos
e nos infiltrávamos na biblioteca
da escola?
O cheiro dos livros era algo infinito
entrava em nossa pele suavemente
envolvidas ficávamos em suas folhas
cada página volta ou revolta
era uma reviravolta
Lembra do Diário de Um Banana
que você ria porque, de repente,
o bullying nem era tão ruim?
Podia ser engraçado quando desenhado
nossos melhores amigos eram
aqueles personagens desastrados
com quem nos identificávamos
Lembra quando você inventava
no impulso de uma noite cheia de açúcar
uma canção maluca e cantava
pulando na cama feito uma rã?
Bem que podíamos nos amar
Bem que podíamos ser criança
outra vez
Sem a parte ruim
Sem a parte de apanhar
Sem a parte de ser xingada
o tempo todo
Bem que podíamos nos abraçar
e nos apoiar
Bem que podíamos deixar de
acreditar nessas armadilhas da mente
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