À noite chuviscos coloridos
batem no parabrisa
o limpador passa
mas em segundos volto a enxergar embaçado
as gotas escorrem lentamente procurando
formar trilhas e figuras incompreendidas
o trânsito grita buzinas
eu grito seu nome
eu grito bem alto: me ame! Me ame! Me ame!
Sou a chuva que escavinha
seu coração feito furão
tento adentrar nessa carapaça dura-pedra
me pôr ali de lembrancinha pendurada a
balançar com o movimento de suas batidas
frenéticas: tum tum tum
me ame me ame me ame
Desesperadamente tentando ser notada
prometa não fugir
prometa ficar aqui
prometa me amar até o fim
amores de oceanos e zonas abissais
amores buracos de minhocas aspirais
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