Cajueiro é a árvore da vida
nordestina
do seu sumo extrai
os prazeres
a nostalgia
adocicado e ácido
derrete nos lábios
os troncos retorcidos
ornamentados
por folhas coloridas
de um vermelho esverdeado
o sol bate e ele brilha
alaranjado
no topo dos galhos
e eu danço um Baião
um forró xaxado
os passos no compasso
do triângulo
da zabumba
da sanfona
do teclado
um choro contido
no peito um alívio
O São João há de ser vivido
e repetido porque é lindo
te chamo pra dançar
então vem comigo
eu te guio
girando por lá e por cá
o vento sopra suave
balança teus cabelos
longos cacheados
piso no pé não é motivo
pra tristeza
a gente continua
até nossa sincronia
ficar perfeita
uma borboleta nos arrodea
escute só
azul e estaladeira
cheiro teu congote
ninguém nos aperreia
o cantor festeja
hora da quadrilha
isso não ta pra brincadeira
não vou de anarriê
pois contigo
eu quero só alavantu
e nós aqui embaixo desse pé
eternizamos nosso amor em Sapé
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