segunda-feira, 15 de setembro de 2025

Segundas de manhã


As segundas de manhã 

questiono minha existência 

será que continuo a mesma

de ontem?

E isso me faz querer morrer


Encaro o reflexo no espelho

não me reconheço 

faz duvidar 

da pequena chama que carrego

na ponta dos dedos


Porque há algo entre o rímel borrado e meu espírito 

entre o bafo de álcool e o cheiro de nicotina 

mantenho as sombras

próximas 

não desvio delas

pois só existe sombra onde

tem luz 


Abraço a solidão 

os espasmos de dor

os abandonos sociais

o isolamento masoquista 

certamente prazeroso 

porque todos os poemas obscuros se alimentam da

hipocrisia moral 

do sentimentalismo fatal


Tropeço nos meus próprios pés 

inflo meu fígado estragado

adoeço meus intestinos

inflamados 

engasgo com o passado

observo a distância 

ignoro a mudança 

mas agora entendo

nunca mudei

as pessoas ao redor sim


Não suporto os covardes

sem forças 

não sustentam as próprias 

verdades

fogem sempre da liberdade

e se escondem no conforto

de suas vaidades

atuação fajuta de amor não é comigo

disso não há perigo

eu não minto sobre o que digo

as máscaras sempre vão caindo

Um comentário:

  1. Ufa! As segundas-feiras são desafiadoras. Passam rápidas. Mais rapidamente com poesia.

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