As segundas de manhã
questiono minha existência
será que continuo a mesma
de ontem?
E isso me faz querer morrer
Encaro o reflexo no espelho
não me reconheço
faz duvidar
da pequena chama que carrego
na ponta dos dedos
Porque há algo entre o rímel borrado e meu espírito
entre o bafo de álcool e o cheiro de nicotina
mantenho as sombras
próximas
não desvio delas
pois só existe sombra onde
tem luz
Abraço a solidão
os espasmos de dor
os abandonos sociais
o isolamento masoquista
certamente prazeroso
porque todos os poemas obscuros se alimentam da
hipocrisia moral
do sentimentalismo fatal
Tropeço nos meus próprios pés
inflo meu fígado estragado
adoeço meus intestinos
inflamados
engasgo com o passado
observo a distância
ignoro a mudança
mas agora entendo
nunca mudei
as pessoas ao redor sim
Não suporto os covardes
sem forças
não sustentam as próprias
verdades
fogem sempre da liberdade
e se escondem no conforto
de suas vaidades
atuação fajuta de amor não é comigo
disso não há perigo
eu não minto sobre o que digo
as máscaras sempre vão caindo
Ufa! As segundas-feiras são desafiadoras. Passam rápidas. Mais rapidamente com poesia.
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