“Sem inimigos, nem suspeitos. Apenas uma pessoa cheia de planos que estava viva num dia e, no outro, é encontrada morta.”
A Garota do Lago
Autor: Charlie Donlea
Editora: Faro Editorial
Sinopse
Violentada e assassinada brutalmente, Becca Eckersley não deixa rastros após sua morte em uma palafita no lago da cidade turística de Summit Lake. Tornando-se, inclusive, o primeiro homicídio do lugar. Filha de um advogado bastante influente, o caso é passado para o Estado, saindo das mãos da polícia local e do delegado Ferguson.
Kelsey Castle — jornalista investigativa — é enviada por Penn, dono da Revista Events e que também é como um pai para a personagem, para resolver o mistério e escrever um artigo contendo toda a verdade sobre o fato antes que chame mais atenção do resto da mídia. O crime inicialmente não aparenta ter tanta repercussão, mas tem uma vítima sem inimigos, nem suspeitos, aguçando cada vez mais a curiosidade da jornalista — que agora tem seu envolvimento no caso por uma questão mais pessoal ao descobrir a violação sexual na autópsia da garota que fora assassinada.
“E logo se estabelece uma conexão íntima quando um vivo caminha nas mesmas pegadas dos mortos...”
Resenha — A Vítima
O livro é dividido em partes e capítulos que se alternam entre duas protagonistas, com a visão da própria jornalista investigando o crime e a vítima meses antes de sua morte, aproximando-se aos poucos do fatídico dia. Enquanto isso, narra a vida universitária de Becca Eckersley e sua relação com seus três amigos (a) (s): Jack, Brad e Gail. Deixando a mercê do (a) leitor (a) de quem suspeitar, apenas mostrando tudo de uma forma mais superficial e não afetando tanto, diretamente, nas opiniões no acompanhar da trama. A rotina da vítima por muitas vezes transforma-se maçante, apesar de trazer a oportunidade de montar várias suposições e contribuindo para os plot twist, isso faz com que o leitor fique um pouco perdido de como alguns acontecimentos irão servir de fato para a descoberta do assassino. A emoção permanece, além desses pequenos detalhes, pois o Charlie Donlea possibilitou uma leitura bastante fluida.
Kelsey Castle e seu trauma
"[...] Apenas lembre-se de que Summit Lake não é igual a Miami. As pessoas fazem as coisas de outro modo aqui, sobretudo os nativos. Eles se protegem muito. Assim, tome cuidado com sua abordagem." — Rae, página 41
As pistas aos poucos vão surgindo, mas aparece uma dúvida durante a leitura: como a Kelsey Castle conseguiu tão facilmente a confiança de algumas pessoas na cidade se, no início, a intenção foi de fazer Summit Lake parecer bastante reservada? Com esse questionamento que se nota a dificuldade do autor em aprofundar nessa personagem, ficando um pouco fantasioso tantas pessoas a ajudarem sem a conhecerem direito pessoalmente. Afastando-se, inclusive, do seu trauma na tentativa de abordagem no assunto "abuso sexual", tornando-se por fim decepcionante por não se desenvolver tanto, apesar de — infelizmente — ser tão atual, com possibilidades de ser mais trabalhado.
Summit Lake é a típica cidade turística envolta de belas montanhas, cheia de casas à beira do lago, um cenário instigante para uma investigação. A intenção de Penn é apenas distrair a mente de Kelsey Castle com esse artigo, mas ele não esperava que existisse tantos segredos ocultos. O autor faz questão de sempre querer surpreender o (a) leitor (a), seja com uma pequena frase misteriosa do nosso delegado Ferguson — que é como a Lagarta Azul de Alice no País das Maravilhas, sempre fumando —, seja com uma revelação que parece que vai mudar todo o rumo das novas descobertas, tentando trazer várias reviravoltas. Donlea não mede esforços para confundir quem está acompanhando, mas isso faz criar muitas expectativas, principalmente em relação ao motivo pelo qual o pai de Becca Eckersley abafa o caso para a mídia. Inicialmente dar a entender que é pelo cargo de juiz que ele quer ocupar, não podendo manchar seu histórico para tal, porém, há aquela pitada de: tem alguma coisa por trás. O autor — como fez no caso do trauma de Castle — deixa a desejar nesse aspecto, pois tenta responder essa dúvida com o que a vítima esconde, sendo sem sentido essa alfinetada, e servindo apenas para iludir o leitor (a). O jogo do autor até deixa a leitura mais divertida vez ou outra, não tão tensa quanto deveria. Mas as pistas que vão emergindo é que dão o verdadeiro toque especial, pois elas fazem surgir mais perguntas ainda. Há sempre um segredo embaixo do seu nariz.
Segredos e Reviravoltas — Donlea joga com seus leitores
"[...] Mas descobrir um segredo jamais é a chave. Descobrir por que um segredo é um segredo é o que leva a algum lugar." — Delegado Ferguson, página 120
Summit Lake é a típica cidade turística envolta de belas montanhas, cheia de casas à beira do lago, um cenário instigante para uma investigação. A intenção de Penn é apenas distrair a mente de Kelsey Castle com esse artigo, mas ele não esperava que existisse tantos segredos ocultos. O autor faz questão de sempre querer surpreender o (a) leitor (a), seja com uma pequena frase misteriosa do nosso delegado Ferguson — que é como a Lagarta Azul de Alice no País das Maravilhas, sempre fumando —, seja com uma revelação que parece que vai mudar todo o rumo das novas descobertas, tentando trazer várias reviravoltas. Donlea não mede esforços para confundir quem está acompanhando, mas isso faz criar muitas expectativas, principalmente em relação ao motivo pelo qual o pai de Becca Eckersley abafa o caso para a mídia. Inicialmente dar a entender que é pelo cargo de juiz que ele quer ocupar, não podendo manchar seu histórico para tal, porém, há aquela pitada de: tem alguma coisa por trás. O autor — como fez no caso do trauma de Castle — deixa a desejar nesse aspecto, pois tenta responder essa dúvida com o que a vítima esconde, sendo sem sentido essa alfinetada, e servindo apenas para iludir o leitor (a). O jogo do autor até deixa a leitura mais divertida vez ou outra, não tão tensa quanto deveria. Mas as pistas que vão emergindo é que dão o verdadeiro toque especial, pois elas fazem surgir mais perguntas ainda. Há sempre um segredo embaixo do seu nariz.
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Espero que tenha gostado! E caso já leu o livro, qual a sua opinião? Deixe aí nos comentários. Até a próxima! — Iasmim Lucena.



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