quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Moby Dick — Resenha


Moby Dick

Autor: Herman Melville
Editora: Abril Coleções
Páginas: 239 (contando apenas até o epílogo)
Gênero: Romance, Aventura




Sinopse 


 Pequod é um navio baleeiro que parte da ilha de Nantucket em caça às baleias, mas o que Ishmael e o restante da tripulação não contavam era com a obsessão do capitão Ahab em relação a uma cachalote branca, conhecida como imortal e recebendo o nome de Moby Dick por todos que já passaram pela mesma. O livro é um clássico entre o romantismo norte-americano. 

Obsessão e reflexão 


"Dentro de mim, um sentimento feroz, místico, solidário; a cólera de Ahab parecia minha" — Ishmael, Moby Dick.

 A obra trabalhada por Herman Melville traz consigo reflexões quanto a obsessão que um ser humano pode desenvolver, usando o capitão Ahab como a personificação desse sentimento. Apesar do livro tratar da busca pela Moby Dick e a obstinação do capitão do Pequod ao procurá-la, é narrado pelo tripulante Ishmael, que é bastante observador e como um ouvinte que fica a espreita e narra tudo o que sabe está ocorrendo dentro do navio baleeiro. O autor penetra no psicológico dos personagens para gerar as análises dos leitores em relação a eles, o que pode tornar a leitura um pouco monótona, calma e pensativa. Mas isso não é necessariamente ruim, pois conduz a sensação de realmente está navegando e dos dias passarem lentos como seria caso estivéssemos dentro do Pequod. 

A astúcia de Ahab e a superstição


"[...] Incendiei a todos como se fossem montes de pólvora e eu, o fósforo." —  Capitão Ahab, Moby Dick.


  
 A superstição tem um papel importante para as pessoas que navegam no mar e principalmente para a trama do livro, que é cheio de avisos de mau agouro para o Pequod desde o início. A maneira como todos acabam colaborando com a loucura do capitão é por causa da forma que ele os estimula através de sua astúcia, oferecendo uma recompensa para quem conseguir achar primeiro a Moby Dick. O discurso de ódio de Ahab para a baleia mostra a sua manipulação com a tripulação, a qual a maioria é tomada pela sua fúria jurando vingança junto dele.


O companheiro de Ishmael e a intolerância religiosa


 "Melhor dormir com um canibal sóbrio do que com um cristão bêbado" — Ishmael, Moby Dick.

   Moby Dick tem em si uma visão de alguém cristã da época, mas mesmo sendo um livro publicado originalmente em 1851, é claro a abordagem quanto às diferenças étnicas, tornando-se marcante com a suas frases. A personalidade de Queequeg, companheiro de Ishmael, é totalmente oposta, mas o respeito que ambos tem em relação a religião diferente um do outro é que faz Moby Dick ser tão atual, pois acaba tratando da intolerância religiosa. 


A edição de Abril Coleções e como ela ajuda na leitura 


  O livro original tem cerca de 635 páginas, ou seja, a versão da Moby Dick por essa editora é menor. Existe muitas outras edições, com mais ou menos páginas, mas essa especificamente tem auxílios para o leitor. Além das ilustrações belíssimas que ajudam na imaginação, traz um apêndice e glossário repleto de palavras diferentes que vamos encontrar durante a leitura, pois o próprio autor recheou o livro com bastante conhecimentos sobre a vida no mar. Aqui vai alguns exemplos: 
Bombordo é o lado esquerdo do navio olhando-se para proa. 
• Estibordo é o lado direito do navio olhando-se para proa. 
  Existe também a seção "Conhecer mais" que encontra-se uma amostra extensa de vários tipos de baleias, incluindo o mapa do trajeto que o Pequod percorreu até o seu fim trágico e a estrutura do navio. Apresenta endereços de sites como forma extra de pesquisa sobre o tema. 


Herman Melville 


  É importante destacar como o autor conseguiu juntar tanto conhecimento em relação a vida marítima, buscando a narração de como os baleeiros caçavam as baleias, qual era a função de algumas partes dela para economia local, etc. Herman Melville viveu grande parte da sua história como marinheiro, inclusive ficou nas mãos de uma tribo "selvagem" na polinésia, não é à toa que conseguiu construir uma aventura deliciosa de acompanhar, cheia de informações interessantes. Mas ele, apesar de ter lançado seu livro naquela época, não alcançou tanta repercussão em vida e passou pelo drama de ser reconhecido apenas depois de sua morte no século XX. 




Já leu o livro? Deixe a sua opinião ou algo que gostaria de mencionar sobre ele aí nos comentários. Você não é obrigado a se identificar, podendo ficar em anônimo. Caso ainda não tenha lido o livro, o que está esperando?

2 comentários: