sábado, 8 de novembro de 2025

O que será que sou?

 



Será que sou uma casca vazia?

Um buraco de tiro ensanguentado?

Um machucado ralado no joelho?


Será que sou um barco

encalhado na praia,

vendo as ondas balançarem como quem

quer me contar um segredo?


Será que sou um palhaço

triste em um circo repleto

de fantasmas risonhos?


Será que sou um poeta,

bobo, feito de tolo por todos,

enquanto escrevo este poema?


Será... será que... será que

sou um cigarro fumado

pela metade e jogado na calçada suja, coberta de garrafas de cerveja vazias?


Será que sou um samba que não foi tocado

naquela noite de embalo alegre?

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