Os medos não podem
me dominar
repito todos os dias
para que eu viva livre
essa vida
será que temos uma vida só?
será que estamos realmente a sós?
para onde corro
é um campo aberto
de possibilidades:
verde, água, azul,
e eu choro porque
consegui me superar
um pouco
não aceito que meu fim
seja isso que o sistema diz.
não aceito que nosso fim
seja morrermos de fome,
morrermos de fome de comida,
fome de amor,
fome de amizade,
fome de lar,
fome de aventuras.
sim, vou me conhecer
o suficiente para escalar
essa montanha de Sísifo;
quebrarei a pedra que ele
carrega dia e noite.
sim, vou restaurar
a liberdade de Prometeu:
o fogo agora serve
para nutrir e destruir;
temos a escolha de decidir.
sim, não serei uma heroína —
apenas humana e altruísta.
nem sempre vencemos
nossas guerras sozinhas.
quebrarei para reconstruir,
quebrarei para suprir;
quebro o que me prende.
foda-se se às vezes sou incoerente;
o erro me fez capaz
de acertar essas merdas
e deixar meu passado, de fato,
para trás.
"Que coração de granito, ou de ferro, deixará de partilhar de teu sofrimento, ó Prometeu?"
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